Iniciei este blogue em dezembro de 2019 porque amo o meu país. Muita coisa se passou na minha vida desde então, levando-me a longos períodos de ausência da blogosfera. Apesar disso, está sempre comigo, assim como o meu país.
Os meus blogues não têm como propósito falar de política, não porque não me interesse ou não me preocupe, mas apenas porque não foi para isso que os criei. Contudo, hoje senti a necessidade de dizer que, se este nosso maravilhoso país fosse novamente invadido, eu tudo faria para o defender.
Por isso sinto-me pessoalmente ofendida quando alguém "justifica" a invasão da Ucrânia pela Rússia. Sinto-me ultrajada quando alguém acha que o povo ucraniano deveria ter-se rendido para evitar as mortes e a destruição.
Afinal, para que serve a vida se não a pudermos viver em liberdade? A história de Portugal é a prova disso.
Por isso hoje recordo Viriato a propósito de um monumento misterioso que recebeu o nome dele, mas que nada tem a ver com esse herói lusitano que se crê ter vivido no século II a. C., e que foi um importante chefe militar que liderou o povo português contra o domínio que Roma exerceu na Península Ibérica.
A Cava é visível como uma elevação de terra, agora bastante arborizada, que se observa por trás da estátua que a cidade de Viseu ergueu a Viriato em 1940.
Desde o século XVII que eruditos e historiadores tentam deslindar a cronologia e a função deste enigmático monumento. Mas sem sucesso. Há muitas teorias e nenhuma certeza.
Certa é apenas a existência desta construção misteriosa, de planta octogonal, que delimita 38 hectares de espaço interior. O perímetro é superior a dois quilómetros e o recinto resultou da aplanação do terreno e da escavação de um fosso profundo que permitiu o uso da terra para construção de uma muralha que deverá ter tido quatro metros de altura. A Cava dispunha de sistema de captação e drenagem de águas, bem como da capacidade de manter um nível homogéneo nas águas do fosso.
Assim vos deixo, alimentando a esperança de que esta guerra, vã e estúpida como todas as guerras, termine depressa.